Um mar preguiçoso
vozeia acima das gentes - 
o Verão em pausa

O sol já nem bate
pisca meio adormecido
à hora da sesta

Vento é quase brisa
e a praia é calmaria:
que Verão atípico!

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Forte o odor no ar -
O mar veio despejar-se
Aos montes na praia.
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Há um mar sem fins

Subindo pelo céu a branco

Dá a volta à terra

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Balões pelo ar
Levam sonhos e desejos
_ Frágeis mensageiros.
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No verso do dia
Ficar em pé é um trunfo
_ talvez o chão dance.
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Para ir além
A passagem não é fácil
_ essa é a chave.
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Fui lavar os olhos
Acender a luz da alma
_ trazê-la comigo.
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No chumbo das nuvens
Luminosos pontos brancos
_ altas as gaivotas.
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Rolam pela praia
Flocos de espuma, no vento
_ despojos sem glória.
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Branco de furor
O mar espumou a raiva
Sobre pedra e via
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Sereno espírito
Paira sobre toda água
_ e sem catecismo
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Sou o paradoxo
Não tolero a intolerância
_ diz com um sorriso
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Junto ao areal
Rosado de sol.poente
Diz adeus ao dia.
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